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Cantores baianos se reúnem em Brasília para criar Dia da Axé Music

Lideranças da música baiana participaram de reunião na Câmara e falaram da importância do gênero

28/11/2024 15h14
Por: Redação Fonte: A Tarde
Divulgação | Rafael Martins
Divulgação | Rafael Martins

A Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados promoveu, nesta quarta-feira (27), uma audiência pública sobre a criação do Dia Nacional da Axé Music. Cantores importantes para o gênero musical participaram da reunião e destacaram a importância da música baiana para o Brasil. No debate, a deputada Lídice da Mata, que está à frente da discussão sobre o tema, destacou que "o Axé mudou o formato do Carnaval em todo o Brasil". Na sequência, a ministra da Cultura Margareth Menezes ressaltou o motivo pelo qual o Dia Nacional da Axé Music deve ser confirmado.

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"É uma tarde importante para nós, que vivemos de arte e de cultura, pois estamos criando um marco de reconhecimento pela dedicação de vidas, que não começou agora, nem na nossa geração. A música baiana tem um lugar muito especial, de muita representatividade", declarou a cantora. A Axé Music é um gênero, um movimento coletivo, de muitos corações e de muitas maneiras de ver a música, muitas temáticas, a história do povo negro, as nossas origens.

Um dos responsáveis por colocar o gênero em relevância, Gerônimo, que participou por meio de videoconferência, comentou: "A data assegura que a Axé Music, que significa música de força e de poder, perpetue mais através dos seus artistas. O Axé Music precisa agora ser mais forte".

Carlinhos Brown, por sua vez, falou da sua vivência e lembrou dos clássicos em que participou ao lado de Gerônimo e Sarajane e que foram responsáveis por marcar o início do gênero musical baiano. "Eu sou acompanhante e testemunho desse movimento", disse.

Sarajane também comemorou a ideia do projeto: "O Axé Music é muito maior do que esse movimento, o Axé Music empreendeu. O nosso objetivo era que Salvador fosse vista da forma como ela merecia, aumentando o turismo, movimentando a cultura da Bahia. A gente queria que os artistas baianos levassem a música do gueto para todo o planeta, e a gente conseguiu. É de uma alegria tão grande ver o Axé Music se renovando a cada momento. Hoje é um momento de felicidade".

Presente na reunião na Câmara dos Deputados, o presidente da Fundação Palmares, João Jorge falou que o gênero "incomoda muito o Brasil, porque fala da realidade, das discordâncias que o Brasil tem do Brasil": "O maior desafio da Axé Music não é viver do que já foi feito, mas apoiar a novidade e os novos cantores".

Outras duas artistas presentes no debate foram Márcia Short e Daniela Mercury. A cantora da Banda Mel sinalizou: "Com esse marco a gente vai poder organizar a função que se delega às pessoas dentro deste mercado de economia criativa e deste gênero, que é composta por uma base de pessoas pretas. Eu sou uma pessoa que o Axé apresentou a minha voz para o Brasil. Eu sou grata a este movimento. Desejo que este dia seja consolidado".

"O Axé ainda precisa de reconhecimento. A criação deste dia provoca para uma reflexão sobre a história desse movimento. Esse é um movimento muito coletivo. Eu acredito muito na cultura como um instrumento de luta contra a desigualdade, pela coesão social e respeito à Constituição Brasileira. A gente queria fazer um coisa diferente que fosse conectadaà MPB, tão importante quanto, mas pudesse conectar a nossa gente", ressaltou Mercury.

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