A produção artesanal de biscoitos, sequilhos e panetones na comunidade Fazenda Vitória, em Ibirapitanga, no Baixo Sul da Bahia, ganhou novo impulso com a implantação de uma agroindústria de derivados da mandioca. A iniciativa, realizada pelo Governo do Estado por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), já mudou a realidade de cerca de 70 famílias ligadas à Associação dos Pequenos Produtores Rurais da Jacuba e Adjacências.
Batizada de Sabores da Vitória – Raízes da Qualidade, Sabor que Nutre, a marca agora opera em um espaço equipado com painéis fotovoltaicos — que reduzem os custos com energia — e maquinário moderno, como forno industrial, batedeira e cilindro. A capacidade produtiva chega a 300 quilos de alimentos por dia, todos com origem na mandioca cultivada localmente. Além das vendas diretas em feiras e mercados da região, os produtos também são distribuídos por meio dos programas federais PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar).
A agroindústria representa uma virada na história da comunidade, como relembra Josuel Sérgio da Silva, um dos fundadores da associação: “Começamos de forma bem simples, em uma cozinha emprestada, com muito esforço e pouco retorno. Hoje, temos estrutura, reconhecimento e já dobramos a renda das famílias. Essa agroindústria é a realização de um sonho coletivo.”
O projeto é também um símbolo de resistência e protagonismo feminino. Tamires Silva Santos, associada e moradora local, destaca o empenho dos próprios moradores na construção do espaço:
“Trabalhamos com as próprias mãos, debaixo de sol e chuva. Agora temos equipamentos que antes eram inimagináveis para a gente. Nosso maior desejo é manter os jovens aqui, mostrando que o campo pode ser um lugar de oportunidade.”
Matilde Vitalina de Jesus, também integrante da associação, compartilha do entusiasmo: “Foi uma felicidade imensa ver esse projeto sair do papel. Já colhemos os frutos e sabemos que há muito mais por vir.”
Para fortalecer a produção e ampliar a presença da marca no mercado, a associação foi contemplada por um edital da CAR que garantiu, neste mês de março, a contratação de um(a) profissional de gestão. A expectativa é qualificar os processos, melhorar a identidade visual dos produtos e alcançar novos nichos de comercialização.
“A chegada desse apoio técnico é fundamental. Queremos melhorar nossas embalagens, nossa comunicação e conquistar espaço no mercado formal. Esse é o nosso foco agora”, afirma Joziete da Cruz Silva, presidente da associação.
A experiência da Fazenda Vitória evidencia o potencial da agricultura familiar e da agroindústria como caminhos para o desenvolvimento sustentável, inclusão produtiva e valorização das raízes culturais e alimentares do interior baiano.
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