Lençóis decreta estado de emergência por “seca severa” e suspende festas até o fim de maio

Lençóis, município cravado na exuberante Chapada Diamantina e um dos principais destinos turísticos da Bahia, enfrenta um momento crítico. A prefeitura decretou estado de emergência devido à “seca severa” que castiga a região, sobretudo a zona rural. A medida foi anunciada pela prefeita Vanessa Senna e comunicada oficialmente neste sábado (12), por meio das redes sociais da administração municipal.

A estiagem extrema tem provocado uma série de dificuldades para a população local, impactando diretamente o abastecimento de água, as lavouras e a criação de animais. A prefeita, reeleita para um novo mandato, classificou a situação como “grave” e anunciou a suspensão de todos os eventos festivos, culturais e esportivos até o final de maio. “Como parte das medidas para proteger nossa população e destinar toda a estrutura da prefeitura e todo orçamento possível, estão suspensos todos os eventos, festas, encontros culturais e esportivos”, declarou Vanessa Senna.

Apesar de reconhecer o valor simbólico e social das festividades — momentos que, segundo ela, representam “união, alegria e força” —, a gestora destacou que a prioridade agora é preservar vidas e garantir o acesso à água para quem mais precisa.

O comunicado oficial também faz um apelo à empatia da população. “É hora de cuidarmos uns dos outros”, disse a prefeita, ao pedir solidariedade para enfrentar o momento desafiador.

Além de Lençóis, outros 20 municípios da Chapada Diamantina sofrem os efeitos da estiagem prolongada. Especialistas apontam que o fenômeno pode estar ligado a desequilíbrios climáticos, que têm acentuado as desigualdades na distribuição das chuvas. Em cidades como Itaetê, por exemplo, a previsão de chuva para os próximos dias não ultrapassa 10%, com volume estimado de apenas 1 milímetro.

A situação crítica reforça o alerta sobre a vulnerabilidade de regiões semiáridas diante das mudanças climáticas. Em Lençóis, onde o turismo ecológico é um dos motores da economia, a seca afeta não apenas a vida cotidiana, mas também o equilíbrio ambiental que sustenta a identidade local. Enquanto o céu permanece fechado para a chuva, a gestão municipal trabalha para abrir caminhos à solidariedade e à sobrevivência.