Deputados do PP na Bahia anunciam rompimento com nova federação entre PP e União Brasil, mas reforçam apoio ao governo Jerônimo

A federação nacional entre o Partido Progressista (PP) e o União Brasil, oficializada nesta terça-feira (29), provocou uma ruptura imediata na base estadual progressista da Bahia. Durante sessão na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), o deputado estadual Eduardo Salles (PP) anunciou que a bancada do PP baiano decidiu, de forma unânime, não seguir com a aliança nacional entre as duas siglas.

“É um dia muito triste. Eu nunca estive em outro partido. Há 20 anos, fui eu quem montou as comissões provisórias do PP na Bahia. Ver os caminhos se dispersando assim pesa no coração”, declarou Salles, emocionado, ao comentar a decisão do grupo parlamentar.

A decisão, embora política, ainda depende de formalização legal. Isso porque, como ressaltou o parlamentar, a federação entre PP e União Brasil não configura uma fusão partidária. Dessa forma, não há a abertura automática da chamada “janela partidária” — mecanismo jurídico que permite a troca de legenda sem risco de perda de mandato. Apesar disso, os deputados progressistas baianos já firmaram o compromisso de se manterem unidos enquanto aguardam os desdobramentos jurídicos que permitirão uma mudança oficial de partido.

“Nós vamos seguir juntos, seja qual for a decisão partidária futura. E, principalmente, seguiremos com o governador Jerônimo Rodrigues. Acreditamos nesse projeto de desenvolvimento para a Bahia”, reforçou Salles, demonstrando lealdade à base governista liderada pelo PT.

A liderança da bancada estadual progressista, atualmente sob o comando do deputado Niltinho (PP), deverá divulgar nos próximos dias os próximos passos do grupo. Internamente, o entendimento é de que a aliança nacional entre o PP e o União Brasil não reflete a realidade política local da Bahia, onde o grupo tem identidade política própria e aliança consolidada com o governo estadual.

Questionado sobre a posição dos parlamentares federais do PP baiano, Salles preferiu não se pronunciar. “O modelo federal é muito diferente do estadual. Lá há outras estruturas e prioridades. Aqui, a nossa decisão já foi tomada.”

A dissidência da bancada estadual do PP coloca mais um ponto de tensão na articulação política da federação recém-criada e sinaliza possíveis movimentações partidárias que podem redefinir o mapa político baiano nos próximos meses.