Salvador sediou debates sobre o futuro da internet no Brasil com a realização do 15º Fórum da Internet no Brasil (FIB15), que segue até sexta-feira (30), reunindo autoridades, especialistas e representantes da sociedade civil para discutir ética digital, inteligência artificial e inclusão no ambiente virtual. O evento marca os 30 anos do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) e é promovido em parceria com o Governo da Bahia.
A cerimônia de abertura contou com a presença do governador Jerônimo Rodrigues (PT), do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, e do secretário-executivo do CGI.br, Hartmut Glaser. A expectativa é que mais de mil participantes se envolvam nas discussões de 27 workshops programados.
O governador destacou a necessidade de uma internet que promova o bem coletivo. “A internet deve ser instrumento de desenvolvimento econômico, cultural e social, mas pautada na verdade e na convivência saudável”, defendeu Rodrigues. Ele também citou iniciativas baianas como o Conecta Bahia e a plataforma BA.GOV.BR, que ampliam o acesso digital à população.
Já o ministro Juscelino Filho reforçou os investimentos federais em conectividade, com previsão de R$ 6,5 bilhões para levar internet de qualidade a mais de 138 mil escolas públicas, beneficiando cerca de 38 milhões de estudantes. “Hoje, ter acesso à internet significa acesso à educação, trabalho e cidadania”, afirmou.
Para Hartmut Glaser, ainda há muito a ser feito para universalizar o acesso à rede. “Meu sonho é ver todos conectados de forma segura e inclusiva”, disse, destacando o desafio de alcançar milhões de brasileiros ainda desconectados.
Além dos debates técnicos, o evento também foi palco de um anúncio de impacto para o jornalismo independente: a criação da Incubadora de Soluções para o Jornalismo Negro, Periférico e Independente, com sede na Bahia. O projeto terá investimento inicial de R$ 15 milhões e visa apoiar veículos alternativos por meio de capacitação, pesquisa, suporte tecnológico e desenvolvimento de modelos de negócio.
A iniciativa é coordenada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), em parceria com o Ministério da Igualdade Racial (MIR) e será executada pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI). “Vamos construir um diagnóstico sobre essas mídias e propor políticas públicas para fortalecer seu papel na democratização da informação”, afirmou o diretor-geral da SEI, José Acácio Ferreira.
A Bahia foi escolhida por meio de edital nacional, com articulação da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti). Para o secretário André Joazeiro, o estado simboliza resistência e representatividade. “Iniciar esse projeto aqui tem um valor simbólico imenso, pela história e pela composição racial da nossa população.”
O FIB15 se consolida, assim, não apenas como um espaço de reflexão sobre os caminhos da internet, mas também como catalisador de políticas públicas inovadoras que buscam uma rede mais justa, acessível e plural.
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