ANAC põe sigilo em auditoria na Voepass e Sindicato dos Aeroportuários cobra transparência

Após reportagem assinada pela jornalista Andreza Mataiz, publicada na manhã desta segunda-feira (12), no portal UOL, com o título “Anac altera para “acesso restrito” auditoria na  Voepass após acidente”, a diretoria do Sindicato Nacional dos Aeroportuários já se manifestou exigindo clareza da Anac sobre a seriedade dos fatos abordados na reportagem.

“Poucas horas depois de o avião operado pela Voepass cair em Vinhedo (SP), matando 62 pessoas, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) colocou documentos relativos a uma auditoria na Voepass (0005.021782/2021-08) sob sigilo. Documento do órgão regulador registra que, às 21h24 de sexta-feira (9), oito horas depois do acidente e fora do horário de expediente, o acesso à auditoria, que era público, foi ‘alterado para restrito’. Com isso, não é mais possível qualquer pessoa acessar os documentos”, diz o SNA.

Para o presidente do sindicato, Marcelo Tavares, a questão é muito séria e preocupante. “Pedimos que a fiscalização da Anac seja muito mais efetiva em relação à carga de jornada de trabalho, principalmente dos trabalhadores em terra, do pessoal de manutenção. Como estão sendo feitas essas fiscalizações?”

“Que a Anac faça o trabalho verdadeiro e legítimo que é de garantir a segurança dos usuários do sistema aéreo. Então, fica muito desconfortável no momento onde existe um acidente que, logicamente, vai haver uma investigação por parte do CENIPA que vai buscar elucidar o que, de fato, aconteceu com essa aeronave, mas, fica muito suspeito que a Anac tome essa atitude de colocar em sigilo esse documento, um acesso restrito ao objeto que trata justamente da empresa que acabou de ter um acidente com uma fatalidade, com o óbito de 62 pessoas”.

“Então, causa muita preocupação. Isso não é coisa de uma agência do governo num país democrata que vive um governo progressista. Não podemos admitir esse tipo de situação. Pega muito mal, cheira muito mal e os sindicatos têm que se unir”, afirmou Tavares.