Gleisi Hoffmann defende regulação das redes sociais para evitar “massacre” à esquerda

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, manifestou nesta semana seu posicionamento favorável à regulação das redes sociais, alegando que a esquerda enfrenta um "massacre" contínuo nas plataformas virtuais devido à forma como os algoritmos operam. Em sua visão, as redes sociais, sem regulação, criam um ambiente desfavorável para o partido e para a esquerda como um todo.

A declaração de Gleisi ocorreu em Brasília, na sede do diretório nacional do PT, após uma reunião com a Executiva e a bancada parlamentar da sigla. Na ocasião, ela também reconheceu que o partido esperava um desempenho mais sólido nas eleições municipais deste ano.

"Claro que vocês vão perguntar: o PT precisa modernizar e ampliar o seu discurso. Eu ouço muito isso. É verdade, nós precisamos modernizar e ampliar nosso discurso, sem perder de vista os princípios e o programa que nos trouxe até aqui", afirmou Gleisi. A presidente enfatizou que, embora haja necessidade de adaptação, é importante manter a essência que sustenta o partido e valorizar a base fiel que o acompanhou nos momentos mais desafiadores.

Ela também abordou a questão da comunicação partidária, reconhecendo avanços recentes, especialmente nas campanhas de 2022, mas admitiu que o alcance e a disputa por espaço nas redes sociais continuam sendo obstáculos. "Falam também muito de comunicação. Eu acho que nós tivemos um avanço na nossa comunicação, falando como partido e da campanha em 2022. Mas não é fácil disputar as redes sociais do jeito que elas estão colocadas", disse.

Referindo-se a uma recente entrevista de Felipe Neto, Gleisi mencionou que o influenciador digital havia apontado dificuldades para a comunicação da esquerda nas redes. “O problema é que a esquerda vai continuar sendo massacrada nas redes se a gente não mudar, se a gente não tiver regulação das redes sociais”, declarou.

O debate sobre regulação das redes sociais no Brasil é tema recorrente e polarizado, envolvendo considerações sobre liberdade de expressão, transparência dos algoritmos e o impacto da disseminação de desinformação. Para Gleisi, no entanto, a questão vai além: trata-se de estabelecer um cenário mais equilibrado para a comunicação e a expressão da esquerda, que, segundo ela, hoje sofre desvantagem estrutural nas redes.